Revista “Flores do Verde Pinho” - Edição 2011.12 Versão para impressão

Duvidamos que o diálogo, dinâmica determinante da democracia, desemboque na desilusão. Dirigimo-nos antes, com desenvoltura e sem displicência, para a decidida defesa do debate.
Não nos damos com deus e o diabo, dizemos não ao dogmatismo, desprezamos o domínio dissoluto dos demiurgos do desencanto.
Declaramos definitivamente a derrota da decepção, mas não nos deixaremos desgovernar ou dirigir pelo dom-quixotismo.
Que não deturpem com destempero a diversidade do nosso discurso; decididamente, só a discussão disciplinada desperta a desenvoltura desse domínio decisivo da demanda da decência que se designa por duradouro discernimento.
Divagamos, dizeis vós? Despautério!
Desviai-vos desse daguerreótipo desfocado: declarai doravante que descendemos dos desbravadores do drama e que, diplomaticamente, nos declaramos denotados devotos do desalinhamento depurado.

Este é – ou poderia ser – um manifesto de propósitos ou de princípios, mas é também – e declaradamente –uma constatação da importância da letra D na língua portuguesa e, consequentemente, na articulação das ideias e dos valores que nos orientam. Será assim com todos nós? A quarta letra do nosso alfabeto, que serviu, por exemplo, para traçar linhas orientadoras na revolução que, em 1974, começou a devolver-nos a liberdade política, serve ainda hoje de mote aglutinador de tantas estratégias mais ou menos publicitárias. Mas, para lá disso, o que representa para cada um de nós essa letra tensa como um arco pronto a disparar, que desejos ou decisões ou desgostos desenha ela para nós?

É sobre o espaço de sentido que o D compõe à nossa volta, ou que nós compomos a partir dele, que iremos construir o próximo número da revista Flores do Verde Pinho, e é para esse número que solicitamos a todos os membros da nossa comunidade educativa que participem com a sua perspectiva acerca da quarta letra do alfabeto português, construindo colaborações em que o D esteja no centro.

Coordenação editorial: João Paulo Sousa e Sandra Costa
Coordenação gráfica: Carlos Moura e Gisela Meireles

O material deve ser entregue aos professores João Paulo Sousa e Sandra Costa, em suporte digital, até ao final do mês de Janeiro de 2012